sábado, 11 de dezembro de 2010

Escapando do vale das emoções


Enquanto sentirmos que somos nossos desejos, que somos as sensações, ou as as emoções que surgem em nosso interior, não estaremos aptos a trazer os movimentos do corpo astral sob nosso controle. Devemos colocar essas manifestações que surgem no corpo astral, por assim dizer, na mesa de dissecação, observá-las e analisá-las, até que sintamos o que são - meros fenômenos que têm lugar em nosso interior e não a parte verdadeira de nós mesmos. Quando qualquer dessas coisas brota em nosso coração, devemos compreender que não passam de uma vibração em nosso corpo astral a qual podemos mudar, se desejarmos. O ponto a notar aqui é que temos de aprender a nos dissociar de nossos desejos, de nossas emoções e sensações, erguer-nos acima delas, antes de podermos aspirar o verdadeiro controle delas.

O desenvolvimento da faculdade da dissociação requer primeiro constante recolhimento, e depois observação e reflexão. Estamos acostumados a deixar que nossas emoções tenham livre curso em nossas vidas e só, raramente, notamos como elas têm domínio sobre nós e de nossa incapacidade de controlá-las.

O esforço para estar constantemente alerta deve ser acompanhado de observação e reflexão. Devemos estar sempre tentando vigiar o desenvolvimento e trabalho de todos os desejos e emoções que aparecem em nossa mente, examinando-os de maneira impessoal, pesquisando-os até suas respectivas fontes e julgando seu valor de maneira crítica.

A observação e a reflexão são tão eficientes quando empreendidas em retrospecto, como quando são feitas sob a influências das emoções. Devemos aprender a observar as emoções quando em ação e dissociar-nos delas quando ainda sob seu domínio. Quando tiver atingido um certo grau de sucesso na objetivação de nossas emoções e desejos, poderemos então começar a exercer um controle mais direto sobre eles. A observação e a reflexão já devem ter desenvolvido a capacidade de discernimento entre as diferentes espécies de desejos e emoções. O que temos de fazer agora é evitar a expressão de emoções que não estão em harmonia com nossos ideais e permitir somente aquelas que nos ajudam no caminho que queremos trilhar.

O discernimento e o controle devem ser praticados intensa e persistentemente até que nos tornemos senhores absolutos de nossa vida emocional, e que somente as emoções que aprovemos e bem deliberadamente permitamos, encontrem expressão através de nosso corpo astral. É uma disciplina longa e difícil, e o grau de sucesso depende de nosso estágio de evolução, da intensidade do esforço e do zelo com que atacamos o problema. Os mais evoluídos empreenderação essa árdua tarefa pacientemente e certamente obterão sucesso, enquanto outros menos desenvolvidos cedo ficarão cansados da tarefa tediosa e desistirão dela, considerando-a um ideal inatingível. Devemos lembrar, porém, que é apenas por esse caminho, de paciência e persistência, que dominamos nossa natureza inferior.



I. K. Taimni
Autocultura à Luz do Ocultismo

sábado, 20 de novembro de 2010

re-nascimento de si a partir de si


Na Índia vive um pássaro que é único: a encantadora Fênix tem um bico extraordinariamente longo e muito duro, perfurado com uma centena de orifícios, como uma flauta. Não tem fêmea, vive isolada e seu reinado é absoluto. Cada abertura em seu bico produz um som diferente, e cada um desses sons revela um segredo particular, sutil e profundo. Quando ela faz ouvir essas notas plangentes, os pássaros e os peixes agitam-se, as bestas mais ferozes entram em êxtase; depois todos silenciam. Foi desse canto que um sábio aprendeu a ciência da música. A Fênix vive cerca de mil anos e conhece de antemão a hora de sua morte. Quando ela sente aproximar-se o momento de retirar o seu coração do mundo, e todos os indícios lhe confirmam que deve partir, constrói uma pira reunindo ao redor de sí perfumes, cássia, mirra dourados, incenso e pedaços de canela e folhas de palmeira. Em meio a essas folhas entoa tristes melodias, e cada nota lamentosa que emite é uma evidência de sua alma imaculada. Enquanto canta, a amarga dor da morte penetra seu íntimo e ela treme como uma folha. Todos os pássaros e animais são atraídos por seu canto, que soa agora como as trombetas do Último Dia; todos aproximam-se para assistir o espetáculo de sua morte, e, por seu exemplo, cada um deles determina-se a deixar o mundo para trás e resigna-se a morrer, por causa da tristeza de que a veem presa. É um dia extraordinário: alguns soluçam em simpatia, outros perdem os sentidos, outros ainda morrem ao ouvir seu lamento apaixonado. Quando lhe resta apenas um sopro de vida, a fênix bate suas asas e agita suas plumas, e deste movimento produz-se um fogo que transforma seu estado. Este fogo espalha-se rapidamente para folhagens e madeira, que ardem agradavelmente. Breve, madeira e pássaro tornam-se brasas vivas, e então cinzas. Porém, quando a pira foi consumida e a última centelha se extingue, uma pequena Fênix desperta do leito de cinzas. Então do corpo de seu pai renasce, como se diz, para viver os mesmos longos anos. Quando o Tempo reconstrói sua força ao poder de suportar seu próprio peso, levanta do ninho - o ninho que é berço seu e túmulo de seu pai - como imposição do amor e do dever, dessa palma alta e carrega-o através dos céus até alcançar a grande cidade do Sol, e perante as portas do sagrado templo do Sol, sepulta-o.


Do poeta persa sufista Farid al-Din Attar (1177).



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sábado, 30 de outubro de 2010

mudar de forma a partir do rio

Quando as águas que conheci passaram, quem sou este que retorna?

Não me vejo mais na imagem que este rio reflete
Mudar de forma a partir do rio
Mas me escuto no barulho da água que corre, que muda se forma, que não se conforma.


Trechos de Do Rio, de Colligere.



Vernal Falls
by Stefan Baumann
2003, oil, 27 x 17

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

f a l t a - a r

guarda
falta
guarda essa falta?
faz falta
é de faltar, de estar impreenchido

falta ar
falta graça
falta amar
falta ter
falo de guardar

"se este senso
de imcompletude passar,
será que um dia
alguma coisa
irá mudar?"

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domingo, 17 de outubro de 2010

beleza maior


sabe aquela poesia que cintila nos olhos do amante?
aquela paz que surge até mesmo de um simples ventar
algo que nasce na espinha dorsal e tem uma transcendência espiritual
uma beleza que parece vir de outro lugar
faíscas de pura existência na alma do ser
samadhi, nirvana... extâse
um agora eterno que destrói os sentidos físicos
é meta-física, é transcendência
acesso a outros mundos
uma graça e humor até ante os descaminhos a enfrentar

é dessa beleza que falo, do amor, que revoluciona e esquenta
estabiliza os sonhos e ancora os corações
aquela energia nova, especial, que pinta tudo com cores mais vivas.

lembro que é mais ou menos por aí...
e faz tempo que ela não aparece por aqui.

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domingo, 10 de outubro de 2010

me-edita-a-ação

meu amigo, não se apresse que nada é pra já
vê aquela Estrela e aquela Lua, no céu a se destacar
vê (e percebe!) que tudo precisa acontecer dentro do Ordenar
fora disso, nada válido há

vê, meu amigo, o caminho a se iluminar
vê que tudo deve fluir, se revelar
vê o caminho, a estrada, e a poeira que deve se levantar.

"Dai-me, Senhor, serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso modificar; e sabedoria para distinguir umas das outras."


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terça-feira, 5 de outubro de 2010

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ficou no calendário, nos dias, na memória
na memória substituída por outros sóis, outras luas, outras estrelas... parciais
as substituições são temporais; mas cômico é que de tempo-em-tempo dá-se a eternidade
são elos concatenados em seu Tempo específico, ou não.

cada amigo tem seu tempo, seu querer, sua marca.
e minha memória lembra de cada parte.


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domingo, 3 de outubro de 2010

o suave fluir

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, quem não dá papo pra quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou um ingresso de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma forte paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

Martha Medeiros

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

o fim na vida

será praticar?
ou usufruir?
será avaliar?
ou simplesmente evoluir?

quem sabe seja formar um lar, uma família... algo a constituir
pode ser laborar, se exigir
ou apenas se divertir

essa trajetória pode ter muitos porquês
tantas idas e vindas, todos os combustíveis
e o caminho é diverso, sendo uma só a meta

Te desvendar por inteira.
Descobrir cada nuance do teu existir.
Desvelar cada curva inerente ao teu ser. Saber o teu fim, teu início.
Te desnudar, entrar em tua pele.
Entender absolutamente cada som, cada nota, cada suspiro.

Vida, qual o fim em você?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

os dias são


tem dias que são admiráveis como o Mar
outros cinzas, mesmo com o sol a pino
os dias, os tempos, cada um tem sua energia
uns transparecem e assinalam a glória
outros menos, com a agonia inebriante da névoa

mas temos dias que são límpidos como o cristal
certos, mostram o horizonte nítido mesmo em meio à montanhas
temos a certeza do caminhar firme, reto, com real motivo
um motivo digno, valorado com o que há de mais sagrado
serenidade que irradia de alguma Fonte inexplicável
somos apenas receptores, de tamanha magia
devem ser os astros, devemos ser nós mesmos

as diferentes energias dos dias.


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domingo, 19 de setembro de 2010

palavras

escrever, comunicar... todas palavras a ordenar
construir um mundo novo, ou também conhecido, ao falar
lavrar, edificiar, plantar com a pá
libertar o que é por dentro
construir, melhorar, exercitar de a em a
juntar a à a para criar.

palavras leves, compridas, às vezes carregadas com tamanha significância
palavras rasas, curtas, outras indecifráveis
palavras de Amor, para brilhar o dia
palavras gastas, insossas, sem sabor
palavras reais, repletas de teor
amarradas à ação, para comprovar o valor.

o verbo é guia
que se faz carne, quando imperado na vontade
São as palavras pontes entre as individualidades.


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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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"Tá todo mundo certo. Certo no que quer."
MG




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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Quem coloca-se sempre em evidência, teme o anonimato
Quem mostra-se demais sempre a postos, julga ser melhor do que a multidão
Quem está sempre a falar, tem medo do silêncio e de suas descobertas
Quem pouco fala, receia o compromisso das palavras
Quem brinca demais, teme encarar a retidão da seriedade
Quem quer desesperadamente ser sempre o melhor em tudo, tem medo de se descobrir um perdedor em algo
Quem critica demais, teme se encarar
Quem fala demais dos outros, teme ver o que reflete o espelho
Quem deseja sempre a solidão, teme a união e suas implicações
Quem busca sempre estar com alguém, teme a solidão e suas constatações
Quem nunca dá ordens, teme a responsabilidade do comando
Quem sempre obedece, teme o custo da autonomia.


O Caminho está no meio.


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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Pérola do Ouro



"Se o Conhecimento pudesse ser obtido simplesmente pelo que dizem outros homens, não seria necessário entregar-se a tanto trabalho e esforço, e ninguém se sacrificaria tanto nessa busca. Alguém vai à beira do mar e só vê água salgada, tubarões e peixes. Ele diz: "onde está essa pérola de que falam? Talvez não haja pérola alguma!". Como seria possível obter a pérola simplesmente olhando o mar? Mesmo que tivesse de esvaziar o mar cem mil vezes com uma taça, a pérola jamais seria encontrada.

É preciso um mergulhador para encontrá-la."

Rumi

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010




Saudade do que ainda não aconteceu.


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sábado, 26 de junho de 2010

quatro.Emana-ações


do Fogo, a sagacidade
a contagiante auto-confiança
e inerente desfeita de enlaçes.

da Terra, sua tenacidade
aquela aparente inabalável e estável firmeza
a rocha, à dureza.

do Ar, a liberdade
o sopro de criatividade no horizonte da paisagem
o senso de coletividade.

e da Água, ah!, a Água e sua suavidade
sua infinita, silenciosa e contínua insistência
doce mediadora... solvente Universal
Dê-me Sua tranquilidade Original.


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terça-feira, 22 de junho de 2010

Explosão sensorial


Cósmica, eletromagnética

Distribui sorrisos, canaliza positivos ventos por onde passa
Quântica, calma e dialética
Ela olhou ele nos olhos e virando o rosto ao vento que soprava
Em silêncio disse o que lhes era essencial
Beijando-o com a força de um desejo atemporal
Tântrica, natural e mágica
O leve e o corpóreo, o Eterno e o transitório...
Em meio ao caos sublime da explosão sensorial, surgiu a Consciência do Amor Existencial

Celebrando a vida e a Infinita dança Universal
Ela envolve a todos que não se anulam
Encontrando a Vida ao deixar fluir o curso natural.



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sábado, 12 de junho de 2010

tornei-me mudo.

Quando viaja a voz, que sem a boca continua, sabe calar a palavra quando já não encontra o momento que a necessita, nem o lugar que a quer? E a boca sabe morrer? Tornei-me mudo porque você nada me fala. As palavras que deixamos escapar, onde estarão? Seu (e meu) silêncio acabará me convencendo...

[...]

E quando pensava ter todas as respostas, mudaram as perguntas. O medo do silêncio atordoa as ruas. E as vozes sem boca me obrigam a escutar o que dizem em meu nome. E o medo continua sendo nosso pior conselheiro. Tornei-me cego, você não me olha. Tornei-me esquecido porque você não me recorda. Não lembra mais! Rumo ao porto, ou ao naufrágio, que nos espera esta noite. Apenas enquanto pode ser desbotado o vermelho de nosso sangue. E quanto rouco e silencioso pode ser o nosso grito?


Estou cansando-me, olhando os fatos concretos em si, e que seja este discurso proferido pela última vez, mesmo, em definitivo.


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terça-feira, 25 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Temos tinta nas mãos.

Não é como olhar o espelho. Alguém esta pintando nosso retrato. Observe. Observe. / Então, nós temos tinta nas mãos, mas ainda pintamos o mesmo. / A linguagem que pode libertar, te mantém trancado. / Algemas confortáveis, a segurança da repetição. / Procurando as velhas lições no mesmo quadro. / Você pode dançar, mas é ele que toca.

Alguma coisa dentro incita a querer ver tudo mudar, mas... podemos pagar pra ver alguém nos sonhos em que desejamos estar. / Emocione-se com a representação. Vista a fantasia. / Tudo que está supostamente acabado expressa o passado. / Começo-meio-fim é o princípio da não-interferência.

Mostrando que tudo o que temos em pedaços na fantasia, pode ser completo na Realidade.


// Colligere

quinta-feira, 20 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Silêncio Interior


Aquele que se ergue às alturas sem desejo, enche de silêncio o coração
Podemos obter o estado de vazio quando com fervor nos assentamos no repouso
E, mesmo que todas as turbas ruidosas assaltem o Homem isento de desejos, ele habita em profundo silêncio, contemplando, sereno, o louco vai-vem. Porquanto, tudo que existe, é um incessante vir e voltar
Todas as coisas entram em seus processos de atividade e depois voltam a absorver-se no repouso.

A tranquilidade é prova, um sinal de que finalmente conseguiram atingir sua meta suprema
Há sempre um incessante vir e voltar, um nascer e um morrer
O que retorna volta ao Imperecível.
Quem isto compreende, é sábio, e aquele quem não compreende, é autor de males.
O conhecimento dessa regra imutável torna a pessoa magnânima, e aquele é magnânimo, é na verdade, um Rei.

[...] quem cumpre a Ordem, identifica-se com o Tao - o Infinito
É imortal como o Tao e não é subjugado por destino algum.


Tao Te King // Retorno à Raiz // Lao Tsé

sábado, 8 de maio de 2010


demora... a espada cravada na pedra
inerte, estática, enquanto o Tempo só empoeira o brilho
que por mais força que se faça, permanece inerte, cravada
parece impossível tirá-la de lá, parecem já um só, em dois, a pedra e a espada
talvez seja um "destino" de união, talvez seja um mero erro de natureza humana

ambos não estão por completo, separados, e ainda assim, comuns

não é força, para tirá-la de lá, é forma, jeito
é querer, a maneira correta

Quem a colocou lá - e só Quem a colocou, pode tirá-la, agora.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

a cura


Dois mil anos mais
Apenas por termos fechado os olhos algumas vezes
Até quando negar?
Sublimar o que é ruim, apontar o dedo assim?
Acreditar na redenção!
Se o melhor está alí, não posso estar nesse lugar
É certo demais! Puro demais!

Vidas fogem ao controle
Com as armas, os beijos... frágeis, intensos

Se deleguei o meu poder, controlar o controlar
Toda dor será prazer
E todo orgulho esconderá que me mato em você
A razão da vida é ...
E toda dor e todo prazer... e os discursos feitos pelo bem?

Onde errei!?
Quantas vezes vamos desistir?
Quantas vezes omitir?
Ignorar por orgulhar, curar sem curar.

E se em dois mil anos eu me curar...
e você já não estiver mais aqui?


A CURA
dead fish

domingo, 2 de maio de 2010

o Cume


Além (!!!!) da navalha dos pensamentos, muito além da manifestação, da existência do irreal e da diáletica
Existe um outro lugar, de Verdade, um plano astral, que contenta, ilumina e alimenta
É Consciência
...... Sí .......... que centra e reinventa!

e o dia ensolarado distrai a vista, que já só vê Luz.


domingo, 25 de abril de 2010

Procuro



Eu procuro um amor que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei...
Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver
E as feridas dessa vida eu quero esquecer

Pode ser que eu a encontre numa fila de cinema
Numa esquina, ou numa mesa de bar...

Procuro um amor que seja bom pra mim
Vou procurar, eu vou até o fim...
E eu vou tratá-la bem
Pra que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos

Eu procuro um amor, uma razão para viver
E as feridas dessa vida eu quero esquecer
Pode ser que eu gagueje, sem saber o que falar
Mas eu disfarço, e não saio sem ela de lá!

Procuro um amor que seja bom pra mim.


SEGREDOS, frejat

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Natureza transformada


"Na Natureza nada se cria, tudo se transforma."
Lavoisier


a transformação é natural, é Lei normal, creada e aprovada
tende a ser de melhora
sempre que a Água se evapora
é mais!, é fundamento básico do estar Aqui pela razão do evoluir

natural é se modificar, se reconstruir... e ir
intuir e (se) des-Cobrir (d)a ilusão que insistia em existir
agradecer por ganhar Luz, que é Quem nos conduz
entender que a mudança é o ciclo da vida, chave para qualquer evolução
discípulo do Tempo, Mestre (que) dá condição... e exige transformação!

anormal é preservar para sempre o que já não existe
entender que qualquer vida, quão especial e colorida que seja, um dia será só adubo, estático, morto e cinza.

Isto é Natureza!



Luz na Terra // Alexandre Segrégio
80cm x 80cm / óleo sobre tela

domingo, 18 de abril de 2010

liberdade//é-ter-na-idade[tempo]


"[...] nós não sabemos contar o Tempo... Não olhamos o calendário, não nos assustamos com a Eternidade, porque Ela é nossa amiga. Amiga dos espíritos impuros, amiga dos puros. Está contribuindo para os conscientes ou inconscientes.

É uma pena que a Eternidade não exista na mente humana, se assim fosse, o stress seria dizimado com facilidade. Essa falta de compreensão sobre a Eternidade aprisiona os Homens ao relógio, ao calendário, à idade material, às rugas e marcas de expressão do veículo perecível.

Sentir a força da Eternidade é despertar a esperança do fundo dos nossos corações. É saber-se ilimitado porque sempre há o que melhorar, sempre há como começar de novo, sempre há uma próxima vez, um renascer.

A Eternidade da natureza universal é o que não nos deixa morrer. É ela que não nos deixa perder para a morte do corpo físico, seja nosso ou de qualquer um, seja homem ou animal.

Essa obra prima da vida chamada Eternidade tem a capacidade de remodelar a Consciência Humana. Agora, é preciso querer. É necessário ser candidato à ativação dessa Consciência que remove tantas limitações humanas.

Nunca se esqueçam: todas as mágoas serão curadas. Todos os polos serão ajustados. Todas as pontas se encontrarão. Todo insolúvel se dissolverá. Tudo graças ao Tempo da Eternidade, que é o Tempo do imortal, do Infinito evolutivo, que nos lapida, nos ilumina e nos liberta. Viva com a Consciência do Eterno, liberte-se!"


Mensagem recebida espiritualmente por Bruno J. Gimenes

sexta-feira, 9 de abril de 2010

o frio


O fogo na fronte deixa clara a interdependência espírito x matéria / O espírito manda seus avisos em 40graus ao corpo, inocente, que apenas se torna canal da limpeza / A coluna servical se retorce em frio que não há coberta capaz de dar fim / e os olhos ardem em chama, naquele vermelho-brasa que lembra a transformação / O frio espiritual dissolve-se na temperatura da carne... permanecendo o frio e o calor, ao mesmo tempo / A máquina humana é perfeita e nada lhe ocorre por acaso / É muito para o corpo, que manda seus sinais.

quarta-feira, 7 de abril de 2010




Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz
Onde houver ódio, que eu leve o Amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvida, que eu leve a Fé
Onde houver erro, que eu leve a Verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a Luz

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado!
... compreender que ser compreendido!
... amar que ser amado!

Pois é dando que se recebe
E é perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a Vida Eterna


// Oração de São Francisco

Sol Amor



Vem clarendo a escuridão
Vem cantando uma canção
Confortai meu Coração

Fazendo a dança das borboletas, na maciez do Vento
Fazendo o revoar do beija-flor que, beijando flor em flor, colhe a essência do Amor

Vem esbanjando poesia
Vem no som das cachoeiras, deslizando em corredeiras, derrubando as barreiras, fazendo as ondas do Mar
Vem no Tempo renovando, folhas novas vem brotando
Extensão do Bem que Sois

E graças a Deus, e graças a Deus... por ser Infinito o Amor

Vem
Vem trazendo a condição de pintar na imensidão cores lindas, cores belas, na Luz de Teu clarão
Fazendo, de nós, cada irmão
Vem nas batidas dentro do peito, na respiração contínua, nessa harmonia divina
Expressão da Perfeição esbanjando poesia

Consagração do Amor.



EXPRESSÃO DA PERFEIÇÃO
rainier de carvalho

NASCER DO SOL // sandra gatta

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Meia-noite


os inimigos, quando atacam, parecem unir-se no ataque / aparecem todos juntos, de surpresa, ao cair da noite / querendo me pegar no contra-pé / testes de firmeza para uma prática já cansada, quiçá, maltratada / quando a luz se vai, fica sua ausência, oportuna quando vista como uma passagem / vamos, cavaleiro, que a luta é grande e a vitória só é possível sobre si mesmo / "um leão por dia", berra a espada, sedenta por mais sangue que se transforma em suor da libertação... de si / instigado para mais luta, relutante quanto à própria força e a brecha no alto do cume do túnel que, por um simples raio de intuição, mostra a aurora já tão próxima / Ao amanhecer, tudo estará limpo e serei, novamente, eu e Eu, apenas.


"O que o suor e a lágrima puder lavar, não morrerá sujo antes do amanhecer."
Oração nos matagais // Altay Veloso


Procurando na escuridão //
João Werner, 42x60 cm

sábado, 27 de março de 2010

Marcas


Dois estranhos corpos, unidos pelas marcas e outras tantas todas forçadas similaridades, nada mais / Desculpas arranjadas para vã distração / Frágil distração / Tola distração / Com o veículo carregado de tantas marcas, daquilo que fomos e daquilo que somos, quase não mostramos o que temos escondido, limpo, por dentro, realmente / Somos belos por fora, mas incrivelmente marcados por dentro / Nossas marcas, ponto-comum entre todos nós, são pegadas de nós mesmos / Caminhos cruzados em nosso íntimo / Nos ardem e nos dão Amor, ao mesmo tempo / Amor em compreensão de que todos, todos nós, estamos ferrados igual bois com marcas de fogo na carne, e no espírito / Marcas que nos emprestam "experientes" parâmetros de escolhas e, depois, raízes de lastro para a vida / O preço é muito alto para não aprender que queima / As marcas, elas valem / Mas só o valem quando a gente aprende.



"Sem minha máscara, vou sorrir / Marcas de uma educação / Ranços de uma herança que se vão / o poder de observar / Um verbo que eu devo calar / Me ensina a tirar essas marcas e encontrar o meu verdadeiro Eu / e agora, Amor, vou poder ser feliz / esqueci meu nome / seremos Eu de verdade / esqueci meu nome / E aprenderemos dirariamente a desaprender e a viver como realmente somos / Me ensina a tirar essas marcas e encontrar o meu verdadeiro Eu. / Me ensina!"

ME ENSINA, dead fish



Jason Thielke, Echoes in my head

segunda-feira, 22 de março de 2010

bem-vindo ao limite.



"A água obedece ao muro que a represa. Mas além de um certo limite, é o muro quem obedece à água. Ela rompe a represa e se esvai. Assim também deve ser o Mestre: moldar-se, mas no momento certo deve tomar para si o domínio e seguir o seu próprio rumo. Mas precisa saber o exato momento de parar, e o de agir.

O Mestre deve persistir, mas não além de determinados limites. Ele deve retirar-se, silenciar, e procurar ouvidos que possam ouvi-lo, e compreensões que possam entendê-lo; plantar em terra fértil e não sobre cascalhos."

Jesus disse aos discípulos:
- Vai e pregai o Evangelho por todos os lugares.
- Senhor, e se não quiserem nos ouvir?
- Insiste, volta a ensinar.
- E se mesmo assim eles não nos quiserem escutar?
- Então retira-te daquela cidade e vais a outras cidades.


O ponto de equilíbrio - José Laércio do Egito

sábado, 20 de março de 2010

EquilibriUM




O céu e a terra são imperecíveis
Se são imperecíveis é porque não dão vida a si mesmos.
E assim sendo, têm longa duração.
Por isso o sábio coloca-se em último lugar
e chega na frente de todos.
Quando esquece suas finalidades egoístas
Conquista a perfeição que nunca buscou
...
Tao Te King



"Extremos devem ser evitados. Siga o Caminho do meio", diz em letras garrafais o aviso no início - bem no início, do Sendero. O equilíbrio é uma chave de purificação, condição de anulação de qualquer extremo - causalidade. Pelo equilíbrio aniquilam-se defeitos e qualidades, vantagens e desvantagens, bem ou mal, qualquer energia que vibre. O Equilibrio-Perfeito é o Nada. Água e Fogo, em condições de exato equilíbrio, voltam a constituir o Nada. A água desaparece; o fogo deixa de arder. Um embate entre Bem e mal, em perfeito equilíbrio de forças, faz voltarem a constituir sua própria Origem. É o ponto de anulação da criação. A porta do Infinito.

O desequilíbrio, contudo, faz a manifestação acontecer. Faz nossa a mente perceber por paralelos, parâmetros, análises... diferenças, declínios. Somente com a extinção desta polaridade é que se chega ao Equilíbrio Verdadeiro. O ponto mais alto do Nada.

O equilíbrio dos opostos é o ponto exato de união entre dissonâncias, coisas aparentemente muito diferentes. O ponto do meio é elo de tudo.

O 1 é o ponto central do Universo.



“Todas as flores do futuro
estão nas sementes de hoje."
Provérbio Chinês

sexta-feira, 12 de março de 2010


Quem me vê parado, distante garante que eu não sei sambar
Eu tô vendo, sabendo, sentindo, escutando e não devo falar

Eu vejo as pernas de louça das moças bonitas que passam e não quero pegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou desmanchar
E quem me vê brigando com a vida duvida que eu vá ganhar

Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem me dera gritar

Tô esperando até esse temporal passar.

quinta-feira, 11 de março de 2010

... só o brilho calmo dessa Luz!




Aqui ninguém mais ficará, depois do Sol
No final será o que não sei, mas será... tudo demais!

Nem o Bem, nem o mal... só o brilho calmo dessa Luz.

O planeta calma será Terra
O planeta sonho será Terra

E lá no fim daquele mar, a minha estrela vai se apagar, como brilhou
Fogo solto no Caos

Aqui também é bom lugar de se viver
Bom lugar será o que não sei, mas será
Algo a fazer, bem melhor que a canção mais bonita que alguém lembrar

A harmonia será Terra
A dissonância será bela

E lá no fim daquele azul os meus acordes vão terminar
Não haverá outro som pelo ar

O planeta sonho será Terra
A dissonância será bela
E lá no fim daquele mar a minha estrela vai se apagar, como brilhou
Fogo solto no Caos


PLANETA SONHO
flávio venturini

sábado, 6 de março de 2010

em-tu-é-São



"Compreendemos mais por Intuição do que por raciocínio."
Jaime Balmes


Analisando os elementos constitutivos do intelecto vemos ser ele composto basicamente por nove condições: percepção, sensação, atenção, associação, memória, imaginação, conceitos e razão.

Por meio de uma análise sucinta dos elementos do intelecto torna-se evidente que existe uma imensa interdependência entre eles. Por exemplo, a sensação depende da percepção, e essa depende da atenção, e mesmo da imaginação e que, por sua vez, dependem da memória, e assim por diante.

Quando se analisam os elementos integrativos do intelecto chega-se à conclusão da existência de uma imensa interdependência de um elemento sobre o outro, e isso atinge um nível tal que parece até difícil dizer-se que se tratam de coisas separadas. Mas, consideramos válida essa classificação da psicologia mais pelo seu valor teórico e prático do que mesmo por tratar-se de coisas que devan ser consideradas separadas e individualizadas. Tudo aquilo que se fizer presente num desses elementos reflete-se nos demais e a partir disso já se pode tirar uma conclusão: se as percepções são falhas, todos os demais componentes do intelecto também o são, exatamente em decorrência dessa interdependência existente entre eles.

Como se deve proceder para se desvencilhar do emarannhado de complexdidade da imanência? Primeiro a pessoa deve compreender que existem duas coisas que muitos confundem e que são: Intenção e Intuição. Deve aprender a separar as duas condições uma da outra, e assim estabelecer o abismo de diferenças existentes entre elas.

É vital se compreender um tanto o que vem a ser a Intuição, saber que ela veicula registro da Consciência e não da memória. A Consciência é a existência em si, é o plano do Inefável em que tudo está implícito. Desse modo vale aprender a se fazer uso tanto quanto possível dos valores veiculados por ela e dessa forma efetivar uma transmutação da memória, deixando que se amplie o canal da Consciência em detrimento ao canal do pensamento.

Tudo aquilo que a quase totalidade das pessoas considera o existir no mundo real evidentemente faz parte da memória e não da Consciência. Quase todas as condições do existir, conforme são percebidas pelo espírito estão registradas na memória, e assim sendo, a mesma serve de fonte de abastecimento dos pensamentos. Na memória também existem os registros da consciência veiculados pela intuição, e sendo assim vale o bom discenimento para separar uma coisa da outra.

Pelo discernimento processa-se a transmutação pessoal, pois na medida em que os dados intuitivos vêm se ampliando, os dados do mundo diáletico, deste plano, vão se esvaindo, e isso é o que consiste o "clarear da consciência".


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Trechos de A Mente, de José Laércio do Egito.