domingo, 28 de julho de 2013

fim em si.

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"Quando nos encontramos, o tempo não nos satisfaz. 
É algo que podemos chamar de "nosso". 
É quando cada momento se torna um fim e não um meio,
nada mais importa e a meta somos nós."



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quinta-feira, 25 de julho de 2013

perigo é chover e a gente se molhar



vê se não some, não desaparece
me manda notícias, posso precisar falar com você, estar com você
perigo é chover e a gente se molhar
quando você voltar, traga meu coração
que eu quero ter você, que eu vou ficar em paz...


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terça-feira, 23 de julho de 2013

onde moram as coisas belas


"Hoje nasce meu filho, hoje vou me casar
Hoje dentro do espelho vou poder enxergar pais, mães, irmãos, ruas, bairros, cidadelas e o quintal dos corações onde moram as coisas belas

Hoje andarei sobre as flores amarelas do ipê
Cantarei no meu velório, dançarei nos braços da vida
Dormirei com minha ama, vida boa de ser vivida."


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terça-feira, 9 de julho de 2013

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Talvez viver seja financiar-se os próprios sonhos.




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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Quem sobra, quer dançar
















Muros de vergonha, documentos seletivos
Mais de uma fronteira de um só lugar
É para a segurança de quem pode pagar
Quem sobra, quer dançar

Mais uma campanha, mais de nosso esforço
Promessas que todos fingem aceitar
Encher de água o que foi cercado
Se não me inclui, ninguém vai festejar

Sua guerra, meu dinheiro
Suas armas, o meu sangue
Sua produção, meus braços
Seu lastro, meu trabalho
Se não dançam todos, não dança ninguém!


TUPAMARU
dead fish

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quarta-feira, 3 de julho de 2013

jornada dupla


Amar não é suportar tudo. Aguentar qualquer coisa. Não é porque você ama que o amor se faz sozinho. Não é porque você conquistou quem desejava que deve relaxar. Não é porque alcançou a independência financeira que já tem autonomia afetiva.

Quando chega em casa do trabalho, depois de oito horas de incômodo, da chuva de cobranças e prazos, cansado, estressado, faminto, não adianta afundar no sofá, esticar as pernas, esquentar algo e se apagar.

Não terá direito à solidão e ficar em paz. Não terá direito a não conversar. Não terá direito a não ser afetuoso. Não terá direito a assistir televisão sem ninguém por perto.

Se pretende se isolar, não ouse casar, não procure dividir o tempo e o abajur. Quando regressa do serviço, acabou a vida profissional, porém começa a vida pessoal. E do zero.

Sua mulher não tem que tolerar seu desaparecimento, sua anulação, sua desistência pelos corredores. Ela quer senti-lo, entendê-lo, percebê-lo.

A noite é manhã para o amor. Quando retorna da rua, agora é o instante de trabalhar o relacionamento.

Da mesma forma em que seria demitido se ofendesse um colega, não desfruta de espaço para agressão e gritos. É a esfera da delicadeza, das pontas dos dedos no rosto, de emoldurar a confiança.

Controle-se, comporte-se, cuidado com o que diz, não se entregue ao cansaço. Sua esposa nada tem a ver com aquilo que cumpriu à luz do sol. Não conta pontos sua dedicação no escritório. É um novo turno, sem antecedentes, sem pré-história.

É a primeira vez durante o dia que trocará assunto com ela (que seja separando as melhores peripécias). É a primeira vez durante o dia que se dedicará a ouvi-la (que decore a intensidade das palavras). É a primeira vez durante o dia que passará as mãos em seus cabelos (que seja mais generoso do que a escova). É a primeira vez durante o dia que beijará sua boca (que seja com calma da janela). É a primeira vez durante o dia que presta atenção no que ela veste e como se veste (que seja com atenção de alfaiate).

Não há como trapacear. Não há como despistar, postergar para o final de semana. É só você e ela.

Tome guaraná cerebral, emborque litros de café, triture amendoim com os dentes. Mas se mantenha acordado. Não se ganha um casamento empatando. É o período de oferecer atenção integral - ela espera que confirme os motivos para estarem juntos.

Por mais absurdo que soe, assim que pousa sua pasta no chão da residência, inicia o expediente amoroso - todos que amam têm dupla jornada.

É acolher as dúvidas, abraçar demorado, preparar a janta, perguntar sobre os amigos, valorizar os apelidos, deitar próximo, não se distanciar do campo elétrico da pele.

Amar é muito mais grave do que uma profissão. Muito mais complicado. Não tem aposentadoria.

// Fabrício Carpinejar

segunda-feira, 1 de julho de 2013

"O que envelhece há muito tempo é rumo errado
Está na mão de quem te julga
Vá, tome um gole, mas por isso nunca implore
Dê um jeito, se vire, providencie, se crie
Não fique parado, interfira nos fatos
Preste atenção na sua história
Pense nos seus atos, porque dinheiro nunca foi superioridade
Tanto frango endinheirado infeliz pela cidade
Dinheiro nunca foi superioridade!"