sábado, 26 de setembro de 2009

Panta Rhei


Salve!
o que salta aos olhos é a diferença, o admirável choque ao simples comum, corriqueiro, despercebido
a mudança alimenta a alma, mantém ativo cada fio de vontade, ávido por novidade
em meio a uma selva cinza, idêntica, com um único tom e som, o que destoa é belo
a cópia é mais uma escrava do comodismo, servente do pouco pensar, uma afronta à beleza

Tudo muda o tempo todo
a fumaça que aqui passou, se foi
o som que preencheu meus ouvidos, hoje o sinto diferente
a sensação do primeiro beijo, essa nunca mais vou ter
o medo inseguro de se abrir, já não existe

tudo é fluxo e refluxo, um eterno movimento... tudo é mudança!

em meio à estagnação de uma vitória, de um louro alcançado, de mais uma meta batida... o estusiasmo pela mudança, por algo novo - que acrescenta, continua a mover a máquina humana
o desejo de desvendar outro mistério, de deixar o limite no inexistente
esse busca incessante é a causa de tudo

até o que é predominantemente bom deve mudar, apresentar-se com outra cara, outra forma
mesmo o conteúdo sendo um, inalterável, uma roupagem nova empresta um quê especial ao retrógrado
a reinvenção, a fluência, o fluxo... "só o que está morto não muda"



Harlequin
CrisVector