domingo, 13 de fevereiro de 2011

sonho comum

nem é nada demais, só um pouco de Paz
um quarto bonito, uma cama de casal e filmes coloridos
no meu sonho comum,
que hei de conquistar
umas paredes que construí e umas folhas que escrevi
ser um refúgio no mundo, um paraíso na Terra
um lugar pra me esconder de todos, de tudo
com um amor intenso num quarto escuro
um novo lugar pra chamar de lar
com fogo permitido da ducha à sala de estar
intimidade pra desfrutar
um lindo jardim, espaço pra ver o céu e roupa confortável pra vestir em mim
uma companhia quente e uma rede macia
com música todo dia
um carro que funcione e filhos que me emocionem
dois pares de tênis, um pra passear, outro pra trabalhar
e um amor verdadeiro, pra prosear noite adentro sem cansar,
no meu sonho comum.

repete ad infinitum.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

o caminho de um




manda o manual da vida aí, parceiro

tudo o que vivera, o sentido perdera
todas as fórmulas se desfaleceram
olhando pra todos, há milimuitas maneiras
cada um com a sua, cada qual como queira.

reconhecera que há muitos caminhos,
mas que só um tem coração.





"Todos os caminhos são iguais?
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração"




sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

flutuando

não sou daqui
nem me identifico com quase nada dali
os pensamentos voam pra bem longe - eles vem de mais longe ainda

este chão parece frio demais, e esta terra, morta demais
me é difícil fincar nela meus pés, minha carne
a subjetividade me chama, me cobre e me clama
me dedico melhor às ideias, ao pensamento, à gênese das coisas

e assim sendo claro, mesmo assim, persisto, resisto
esforço-me para permanecer no chão e não divagar pelo ar, envolto em pensamentos de lugares distantes
estamos no meio da semana e isso não convém
ponho cordas nos pés para permanecer amarrado
mas me deixo flutuar a alguns centímetros do chão.