sábado, 11 de dezembro de 2010

Escapando do vale das emoções


Enquanto sentirmos que somos nossos desejos, que somos as sensações, ou as as emoções que surgem em nosso interior, não estaremos aptos a trazer os movimentos do corpo astral sob nosso controle. Devemos colocar essas manifestações que surgem no corpo astral, por assim dizer, na mesa de dissecação, observá-las e analisá-las, até que sintamos o que são - meros fenômenos que têm lugar em nosso interior e não a parte verdadeira de nós mesmos. Quando qualquer dessas coisas brota em nosso coração, devemos compreender que não passam de uma vibração em nosso corpo astral a qual podemos mudar, se desejarmos. O ponto a notar aqui é que temos de aprender a nos dissociar de nossos desejos, de nossas emoções e sensações, erguer-nos acima delas, antes de podermos aspirar o verdadeiro controle delas.

O desenvolvimento da faculdade da dissociação requer primeiro constante recolhimento, e depois observação e reflexão. Estamos acostumados a deixar que nossas emoções tenham livre curso em nossas vidas e só, raramente, notamos como elas têm domínio sobre nós e de nossa incapacidade de controlá-las.

O esforço para estar constantemente alerta deve ser acompanhado de observação e reflexão. Devemos estar sempre tentando vigiar o desenvolvimento e trabalho de todos os desejos e emoções que aparecem em nossa mente, examinando-os de maneira impessoal, pesquisando-os até suas respectivas fontes e julgando seu valor de maneira crítica.

A observação e a reflexão são tão eficientes quando empreendidas em retrospecto, como quando são feitas sob a influências das emoções. Devemos aprender a observar as emoções quando em ação e dissociar-nos delas quando ainda sob seu domínio. Quando tiver atingido um certo grau de sucesso na objetivação de nossas emoções e desejos, poderemos então começar a exercer um controle mais direto sobre eles. A observação e a reflexão já devem ter desenvolvido a capacidade de discernimento entre as diferentes espécies de desejos e emoções. O que temos de fazer agora é evitar a expressão de emoções que não estão em harmonia com nossos ideais e permitir somente aquelas que nos ajudam no caminho que queremos trilhar.

O discernimento e o controle devem ser praticados intensa e persistentemente até que nos tornemos senhores absolutos de nossa vida emocional, e que somente as emoções que aprovemos e bem deliberadamente permitamos, encontrem expressão através de nosso corpo astral. É uma disciplina longa e difícil, e o grau de sucesso depende de nosso estágio de evolução, da intensidade do esforço e do zelo com que atacamos o problema. Os mais evoluídos empreenderação essa árdua tarefa pacientemente e certamente obterão sucesso, enquanto outros menos desenvolvidos cedo ficarão cansados da tarefa tediosa e desistirão dela, considerando-a um ideal inatingível. Devemos lembrar, porém, que é apenas por esse caminho, de paciência e persistência, que dominamos nossa natureza inferior.



I. K. Taimni
Autocultura à Luz do Ocultismo