quarta-feira, 29 de abril de 2009

Paciente

Tá na hora da crítica.



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Deixei todos os vícios que me deixavam só, menos a busca da solidão.
Não é o sabor dessa bebida mais amargo que a verdade do outro dia.
É tudo sobre evitar a dor, mais do que encontrar formas de não partir.

Me dê um copo e divida a vida comigo, e o fim sempre vai ficar pra depois.
Me dê a mão, aperte e encontre uma veia, uma velha passagem.
Esta é a fé do nosso tempo. Sintomático.
Eu confio no que tira a dor!
Dentro ou fora buscando remédios que vão parar a dor.
Todos iguais na espera...

E o pior sempre será menos que o insuportável.
Mais água, mais um comprimido.
Já não posso com a dor, então não me faço de forte!

É a riqueza que não circula.
É a família que não se conhece.
É o trabalho que não realiza.
É o amor que você não merece.
Todos têm uma fuga diferente neste jogo sujo.



PACIENTE
colligere

sábado, 25 de abril de 2009

Viver


A vontade é essa.


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Deve existir uma nova forma de ver.
De olhos fechados, poder entender
Se todos os livros que eu puder ler não lembrarem nada, e eu não conseguir viver!?
Viver! Viver e ter, e ver, e crer!!
Se posso aprender, também posso ensinar
Aberto ao novo e nunca cristalizar
Gritar, chorar, doer, pensar em mim. Viver o total!!!!

Se dou um passo à frente, já estou em outro lugar.
Não preciso de suas muletas, pois os pés eu vou usar.
É ter autonomia pra guiar!
Olhar pra qualquer lado e ter o direito de me esborrachar...


VIVER
dead fish

terça-feira, 21 de abril de 2009

Gangorra

Uma gangorra de só uma pessoa, desequilíbrio óbvio.
Não dá pra subir. Permaneço no chão.
Falta o outro lado, o oposto, a outra face da moeda... o complemento.
Falta. Falta. Falta.
O rio seco. O canal vazio. Um barco encalhado num mar de sal.
Amarga a boca.

O contrasenso, o contraponto.
Um ponto presente e a esperança de um ponto e vírgula.
Quase um desespero.
Espero. Sereno. Silencio.
Confunde-se silêncio com aceitação.
Lembro da filosofia. Me aferro ao conhecimento.
Uso-o como escudo e espada. Me protejo. Penso em mim.

Toda filosofia ainda parece não ter acesso à sala de máquinas
Prática racional falha. Teoria bela. Humana contradição.
O coração ainda palpita. Sei que palpita.
Quase mudo, resiste. À contra gosto, persiste.
Desculpas o colocam sob um nevoeiro, perto do ponto cego.

À beira do precipício, um empurrão inoportuno, inocente, não-intencional. Mas um empurrão.
A queda cobra seu preço.

"Eu me estilhaço em cacos e o corpo se refaz a cada instante, nesses dias em que tudo parece estar impregnado de seu contrário. Pensar incomoda como andar na chuva: quando o vento cresce, parece que chove mais."

Toda contenção mostra-se limitada.
Não acredito. Ainda não acredito.
Preciso de certezas.
Delego o volante.

domingo, 19 de abril de 2009

Certezas que viraram pó

O mesmo céu, a mesma cor... quanto tempo passou?
Não há mais o que provar, recomeçar em outro lugar
Que relevância pode existir em lamentar agora o que não fez?
Se arrepender por cometer os mesmos erros outra vez?
Sem algo em que acreditar, não posso mais ficar aqui!!! Não posso mais!

Quem vai poder reconhecer certezas que viraram pó?
Abandonar o que conquistou, escolhas que não tem retorno!
Inventar outra verdade e buscar o que nunca imaginou!

O que ficou pra trás não deve te prender
Impossível alcançar, pois não existe mais!
O que você ganhou, o que você perdeu... são mais do que lições!

Não somos mais os mesmos... nem antes, nem depois
Caminhos quase sempre incertos
Imprevisível é viver




EXÍLIO
dead fish

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Quase

Quase um dia, quase agora
Quase eu, quase você
Enquanto o tempo passa, quase poderemos entender

Se este senso de incompletude passar, será que um dia alguma coisa vai mudar?

É você que está doente?
Ou serei eu? 
A busca pela cura quase nos matará...

Quase homem, quase preto
Quase branco, quase Deus
Quase morrer, quase viver
Quase trepar e nunca amar

E quando tudo acabar? Será o fim?
E quando tudo acabou, quase percebemos a existência circular...
Ad infinitum




AD INFINITUM
dead fish

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Tempo urge!

"O animal satisfeito dorme".

Insatisfação travestida de vontade.
O mesmo oxigênio que acelera e alimenta os pulmões, cansa o coração.
Meu coração ingênuo consegue aceitar certos meandros da razão, transpassando a, às vezes imprecisa, sabedoria da emoção.
Enquanto o farol é encoberto por um mar revolto, a luz da consciência se firma clara e mais nítida do que nunca.
A polaridade se prova mais uma vez como absoluta e exata.
O equilíbrio ganha novos significados cada vez mais altos e, num jogo de cintura, acaba encaixado no melhor lugar possível: na base do crescimento.

Navegar tem lá suas turbulências, bem sabemos.
E as turbulências dependem do tamanho do navio. Mais uma vez, a polaridade.
É só escolher o navio certo pro mar certo. Questão de equilíbrio, novamente.

E se espera-se por um destino melhor, toda esperança se torna ação.
JÁ! O Tempo urge!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Te encontrar no silêncio do ar

Luz que ilumina a noite e o viver
Tempera o clima das estações
Lá do alto pude ver você
Me chamando para saltar

Como deve ser bom voar
Livre por aí
Curtindo o que há de bom no ar 
Por aí

Sentir o vento soprando os meus pensamentos para bem longe do chão!
Subir, subir!

Te encontrar no silêncio do ar.